Justiça Eleitoral cassa mandato da prefeita de Miracema por compra de votos

Alessandra Freire (Republicanos) e o vice-prefeito Maurício Vô (Solidariedade) tiveram os diplomas cassados e receberam multa de R$ 30 mil cada; decisão cabe recurso.
- A Justiça Eleitoral da 112ª Zona Eleitoral de Miracema cassou, nesta sexta-feira (27), os mandatos da prefeita Alessandra Freire (Republicanos) e do vice-prefeito Maurício Vô (Solidariedade) por compra de votos durante as eleições municipais de 2024. A sentença foi proferida pela juíza Letícia de Souza Branquinho, que também impôs multa de R$ 30 mil a cada um dos condenados.
A decisão atende a uma Ação de Investigação Judicial Eleitoral (Aije) movida pela coligação adversária “Aliança Popular”, liderada pelo ex-candidato Charles Magalhães (PP), que foi derrotado no pleito. Segundo a denúncia, Maurício Vô, com ajuda do filho, oferecia R$ 100 a eleitores em troca do voto, e R$ 250 a intermediários que atuavam na captação de votos.
A investigação aponta que o esquema só foi descoberto após o descumprimento de acordos feitos com captadores. Após as eleições, os valores prometidos teriam sido alterados para R$ 250 por família, o que motivou denúncias por parte de alguns eleitores.
Em sua sentença, a juíza destacou a gravidade da conduta, citando reuniões privadas, elaboração de listas de eleitores e a atuação de intermediários. “Não há dúvidas quanto à elevada gravidade qualitativa da conduta, considerando o intrincado esquema arquitetado pelos investigados”, afirmou.
Apesar da cassação, Alessandra Freire e Maurício Vô ainda podem recorrer às instâncias superiores da Justiça Eleitoral. Até que haja decisão definitiva, ambos permanecem nos cargos. A decisão movimenta o cenário político de Miracema e pode gerar novas eleições no município, caso a sentença seja mantida.
Foto: Reprodução/Redes Sociais